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Viagem ecológica: sim ou não?

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Há uns dois anos, em Curitiba, entrei numa feirinha da PUC e logo bati o olho no Guia Viagens Ecológicas, da PubliFolha.

Livros

É um dos meus favoritos no quesito guia, porque te fornece todas as informações de forma bem objetiva. Ele reúne uma seleção de cem hotéis, pousadas, tendas, cabanas e bangalôs ecológicos. É cada lugar mais lindo que fica difícil acreditar que eles existam. rs

Ele ainda revela o nível de impacto de cada uma das hospedagens, os programas ecológicos que elas oferecem, os tipos de acomodação,a  melhor época, como planejar a viagem e valores dos pacotes. É realmente muito bom! Mas não vim falar do livro especificamente, mas de uma reflexão/afirmativa que há em um de seus textos (págs. 70-1 e reproduzido aqui embaixo na íntegra).

VIAJAR OU NÃO VIAJAR?

Muitos turistas se perguntam, ao chegar à América Central ou do Sul, se deveriam ter pegado o avião. Um voo de ida e volta de Londres para a Costa Rica, por exemplo, gera 2,5 toneladas de CO² por passageiro; o voo de Sydney atinge imensas 4,32 toneladas. Mesmo um voo de Nova York gera 0,78 toneladas. Para se ter a dimensão do problema, cientistas afirmam que devemos reduzir nossa pegada de carbono para 3 ou 4 toneladas ao ano (incluindo as atividades da vida doméstica e outras emissões pessoais) para evitar uma mudança climática perigosa. Se considerarmos esse fato, descobriremos com facilidade que as viagens ecológicas não são tão ecológicas assim. Por outro lado, o fim do turismo seria um desastre para o meio ambiente nas Américas do Sul e Central e, ironicamente, para as emissões globais de carbono.

A Costa Rica tem reputação por sua biodiversidade: aqui se concentram 5% das espécies de todo o mundo – em 0,1% de sua massa terrestre. A menos de uma geração, reinavam a caça e o desmatamento. Mas o turismo científico resultou na criação dos primeiros parques nacionais, e depois o ecoturismo fez com que mais de um quarto do país fosse transformado em reservas. Hoje a Costa Rica é a única nação do mundo em que o reflorestamento supera o desmatamento.

O modelo costa-riquenho está se espalhando pelo mundo. A pressão de cientistas e ecoturistas levou à criação de várias reservas estatais e privadas nos continentes, como os parques nacionais del Manú, no Peru, e Noel Kempff Mercado, na Bolívia, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, no Brasil, e a Reserva Florestal de Iwokrama, na Guiana. E ainda gerou uma fonte de renda para populações locais que, do contrário, cortariam árvores para criar sítios de desmatamento e caçariam animais. Até na Costa Rica quase todos os guias são ex-caçadores que se tornaram guardas florestais.

Numa visita às Américas do Sul e Central, além da escolha de empreendimentos ecológicos, há outras medidas que podem otimizar o benefício à população local, à floresta e, por consequência, ao planeta. Prefira projetos que não sobreviveriam sem o turismo e preservam áreas em que o desmatamento representaria um grande risco – caso de Cristalino, no Brasil (ver págs. 84-5), ou Sarapiquí, na Costa Rica (ver págs. 76-7). recorrer a guias locais, comer em restaurantes locais (não em cadeias internacionais) e comprar produtos fabricados na região são atitudes que impulsionam a economia do país visitado e mostram à sua população que o turismo sustentável é uma alternativa econômica concreta à caça e ao desmatamento. A vida selvagem mal é percebida pela maioria da população de países das Américas do Sul e Central, quanto mais valorizada. Demonstrar interesse genuíno pela natureza e vida animal, e sentir prazer pelo contato com a cultura e língua locais, pode modificar valores. A Costa Rica é um exemplo.

Picniver do bem

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só leia se puder acompanhar a leitura com essa versão da música que muito diz sobre meu ‘estilo de vida’ ;)
young folks, de peter, bjorn & john – cantada e tocada por uma amiga lindinha aí que prefere ficar no anonimato rsrs

Há uns dez dias atrás reuni alguns amigos e família numa comemoração diferente.

Resolvi fazer meu aniversário e da minha irmãzinha no Parque da Cidade, em Brasília, com um picniver. É, picnic com balão e vela para o ‘parabéns’. rs

Ficou tão bonitinho e foi tão bom receber os amigos assim que me senti na obrigação de dividir esse momento aqui. Vai que você curte e resolve fazer também? :)

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Por que um piquenique e não uma noite na pizzaria/creperia/etc?

Eu já vinha pensando na ideia de fazer uma festinha como nos velhos tempos, sabe? Quando a família convida os mais chegados e oferece os comes e bebes, senta e conversa, tem um tempo de qualidade.. Comentei com alguns sobre essa possibilidade e todo mundo aprovou. Nada contra os encontros em restaurantes e barzinhos, mas eu quis fazer algo diferente desta vez. Além disso, queria que Anna Clara, minha little sis, tivesse uma festinha ao ar livre.

Como foi e o que teve?

Foi simples, mas de coração. rs A gente decidiu fazer todas as comidinhas em casa mesmo. Teve pipoca de panela do papai, espetinho de fruta, melancia, bolo de laranja da mamãe, torta de maçã do Yuri e sanduíche natural. Para beber só tinha suco, já que eu não bebo refrigerante e a festa era minha. rsss

Esse lado do parque (estacionamento 4 ou 5) é bem lindo, então não foi preciso decorar demais. Contei com a ajuda de umas amigas fofas para espalharem umas florzinhas e arrumarem as cangas com os caixotes de madeira.

Para a Anna Clara, um espaço kids improvisado com bolha de sabão, papel, lápis de cor, corda para pular, brinquedos e balão. Thayana, obrigada por se dedicar às pequenas!

Para mim, festa sem música não é festa. Como lá não tem energia, Deborah tratou de providenciar uma caixinha minúscula à bateria que deu conta das cinco horas de picniver. rs

De presente, pedimos uma coisa diferente: agasalhos. Já que nesta época o frio pega a gente de jeito, nada mais justo do que tentar prolongar a vida alheia quando você comemora a sua. Achei que não ia dar muito certo, mas vários amigos lembraram e agora temos casacos e cobertores para doar. Espero fazer isto neste final de semana e contar aqui como foi :)

As fotos foram feitas pela amiga linda e talentosa Deborah Santos também, que merece mil obrigadas por tanto ter me ajudado nesta arrumação toda! Na verdade, muitíssimo obrigada a todos que correram atrás/emprestaram alguma coisa ou simplesmente marcaram presença. Eu adorei!

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Gratidão a Deus e a todos que me cercam ♥

A minha casa é igual a sua

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Sei que estou meio atrasada com posts e dicas das minhas viagens, mas ainda estou recebendo as fotos e aguardando a edição dos vídeos. Foram muitos registros legais, quero logo ver. Mas hoje vim fazer uma breve reflexão sobre uma constatação que tira meu sono.

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Conheço e sei que muita gente se esquiva de receber alguém em casa por vergonha. Vergonha porque o bairro do outro é mais caro, a casa é maior, tem varanda, dois banheiros sociais e geladeira frost free duplex.

Se você se sente assim, ou sentiu em algum momento, tudo bem. A culpa não é sua, te ensinaram a pensar assim.

Eu só queria dizer que a minha casa é igual a sua. Aqui tem pão dormido, caneta sem tampa, vasilha velha. Tem um furo no sofá, uma boca do fogão que não acende, um banheiro apertado. Tem pano de prato com a ponta queimada, talheres diferentes e copo de plástico. Tem estrada de chão, fica longe do centro e tem nome engraçado. Ah, tem uma toalha manchada e uma persiana com defeito também. 

Tem tanta coisa, não? Tem pão, tem caneta, tem vasilha. Tem um sofá, fogão e banheiro. Tem também pano de prato, talheres e copos. Tem estrada e tem nome. Ah, tem toalha e persiana também.

É, seja grato e lembre-se que todo tempo é tempo. Chame seus amigos pra ver um filme, faça um bolo ou macarrão, jogue Imagem&Ação. Aposto que eles não irão se importar de caber num sofá de dois lugares.

E o que tudo isso tem a ver com viagem? Ah, tanto..
Na estrada você verá que quem abre a porta é sempre aquele com mais vasilhas velhas, disposto a dividir o último pão dormido.

Abre de 2014

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Antes de postar dicas das viagens de 2014 (já meio atrasada), senti a necessidade de falar rapidamente sobre o que está acontecendo com o blog.

Alguns perceberam uma ‘leve’ turbulência nos últimos dois meses e é verdade. O blog perdeu o domínio .com e agora vai ser .com.br – e essa fase transição e mudanças é meio chatinha e demorada, mas num futuro breve tudo estará bem e o blog regular. rs

Pra compensar o stress da blogosfera, o ano começou cheio de viagens legais. Ouro Preto/MG, Caldas Novas/GO e Rio de Janeiro/RJ (semana que vem!) no primeiro mês de 2014 foi um presentão!

janeiro 14

É isso! Agora já posso começar com as dicas de Ouro Preto! rs

2014, traga mais sorrisos

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Antes de ler, dá play. Com música fica melhor.

Como é difícil fazer retrospectiva de um ano. Principalmente quando o ano foi repleto de muitos acontecimentos marcantes. Tantos que chegam a ser incontáveis. Tantas pessoas cruzaram meu caminho esse ano – de tantos cruzei eu. Se eu pudesse definir o ano em uma palavra seria inesperado.

Começo 2013 com a certeza de que 2012 foi um divisor de águas.

Reencontro amigos, tiro um tempo de paz, faço listas e mais listas. Me aproximo da trupe do Fire Universitário, estudantes cristãos de denominações mil que me ensinam e cuidam. Entro o ano com uma equipe de trabalho linda, divertida e competente. Me espelho, aprendo, cresço e vejo que profissão sem amor não é nada. RP1 Comunicação, obrigada pela confiança e oportunidade. Muito grata!

Mudo de faculdade cheia de preconceitos e descubro uma trupe que funciona. Fazemos um vídeo cheio de abraços, que faz barulho entre os universitários – e em nossos corações.

Voo com Sarah até Porto Alegre e, para compensar a má experiência com a cidade, conheço Christian, Javier, Fernanda, Robson, Erika e Trevin – Chile, Brasil, Colômbia e USA.

O blog entra para a competição do Big Blog Exchange – explico aqui – e vejo um tanto de gente querida torcendo, se mobilizando e colocando o AnnaBeatrip entre os 100 mais votados do mundo e entre os 25+ das Américas – e eu bem sei que é um bloguinho pequeno, mas que já ajuda uns e outros.

Janeiro a abril

Conheço Marcelo Simoncini sem querer, em uma visita ao Hostel 7. Sem dúvidas, um dos nossos melhores presentes neste ano. Em uma hora nos tornamos melhores amigos e desde então nos falamos todos os dias. Tem gente que é assim, o coração reconhece. Assim como com Alex, lá de Uberlândia. Nos conhecemos num fórum de música (eu acho) no Orkut (!!!) e depois de anos de ausência mútua, ele me encontra no Facebook, em junho, e se torna minha companhia de longe de todas as horas. Não tem fuso horário nem indisposição – nem foto, mas fica minha eterna lembrança. Srta. Anne adora nossas tardes. Só tenho a agradecer por esses presentes da vida.

E então junho vem com aquele furacão. Indignação, revolta, reivindicações e coragem de muitos. Daria um livro falar sobre este momento que o Brasil passou. Muitos foram contra, falaram mal e acusaram os militantes de ‘sem rumo’. Para esses, minha compaixão. Me orgulho de ter participado de cada reunião, de cada ato de manifestação, por ser uma das sombras na cúpula do Congresso e por cada partícula de gás inalado. Se um dia quiser falar sobre isso, estamos aí. Por aqui fica a lembrança…

Compro livros e mais livros, me dou a chance de ter novas pessoas por perto e experiências. Me faço de Emília na festa junina e gasto tempo no parquinho com Anna Clara. A tenda do Cirque du Soleil aterrissa em Brasília e lá estamos mais uma vez. Todo cansaço é compensado pela magia e encanto de trabalhar com este time – beijo pro meu QG do barulho! kkk

Chega então o dia que eu tanto esperava: ver pessoalmente os incríveis integrantes do projeto Playing for Change. Um dia memorável. Sonhava tanto em vê-los que parecia mentira, demorei a acreditar que estavam ali, a pouquíssimos metros dos meus ouvidos.Não conhece? Meu, vem aqui. E foi melhor ainda por ter ido com minhazamiga loka – um salve Karol Conka.

maio a agosto

E já mais perto do fim do ano uma avalanche de coisas. Vou até Goiânia, passamos perrengue com o carro e rimos. Nada melhor do que estar com as pessoas certas nas horas erradas, não é? Assim são eles. São tantos nomes importantes neste circuito que seria injusto citar nomes, certamente esqueceria algum. Mas de Alice a Wellington, vocês fazem parte da minha escada rumo aos céus.

Estação Feminina também acontece pela primeira vez e temos a melhor experiência possível. Que incrível poder passar tempo com universitárias lindas e cheias de vida; mostrar pra elas que todo tempo é tempo de recomeçar. Thayana, preciso citar seu nome, porque você é um exemplo pra mim. Amo por cada minuto de desespero e alegria!

Mudo de emprego e entro no Ministério do Turismo ♥ – onde eu queria estar, mesmo que muitos não entendam. E sou agraciada com uma equipe bem humorada, que funciona em paz com 20 jornalistas (raridade no mercado kk). Mesmo que tirem sarro de mim dia sim, dia sim, I’m in love with you, guys.

Gabi, Caetano, Naty e eu vamos à Cidade do Rock pra conferir de perto John Mayer, Philip Philips e Bruce Springsteen. Experiência demais, sem nenhum imprevisto ruim ou reclamação. What a night! E ainda deu tempo de pegar a cota de sol na capital carioca. Cristo, vou voltar hein!

Pouco depois vamos até São Paulo. Minha primeira vez com tempo nesta concrete jungle. Gilberto e Larissa foram minhas companhias brasilienses e foi demais, o tempo com vocês é sempre muito precioso. Marcelo Simoncini nos recebe com a disposição de um exército inteiro e nos mostra a cidade como um morador vê. Sem palavras pra descrever este final de semana. Yuri muda de casa por um dia pra cuidar de mim, dodói no último dia de viagem. Bom, seria outra injustiça citar nomes aqui, porque foram muitos queridos nos acompanhando em Sampa também. Vocês sabem que vocês são.

E meu, nem acredito que vou falar isso.. Vi Stevie Wonder de perto pertíssimo. Agradecimento total ao Igor, Rayanne e Carol, que foram as melhores companhias para este dia. Que outras oportunidades venham. De quebra também vi Jason Mraz dividir o palco com uma banda sensacional, que roubou meu coração. rs Sem falar nas dicas de todo santo dia do Bibi, Gabriel para os não íntimos. rs Todo dia uma surpresa musical. Musicalmente mais do que grata em 2013!

No mais, essas carinhas que não poderiam ficar de fora desta retrospectivas de quatro laudas! rss Cada um sabe seu tempo e espaço neste ano e o quanto é importante. Aquela coisa de novo: o coração reconhece.

Friendsagosto a outubro

E o que falar da minha família? Nem sei. rs Imaginei que seria a parte mais fácil, mas me enganei. Choro só de pensar em começar a escrever, então resumo em agradecer e pedir perdão. Papai, mamãe e irmãos, minha família são vocês. Obrigada por cada risada e bronca também. Obrigada pela provisão, por não deixarem faltar e por confiarem em mim como poucos pais confiam nos filhos. Perdão pela impaciência e indelicadezas de tantos dias, vocês não merecem nada que não seja o melhor. Princess e João, obrigada por existirem e perdão por não ser a melhor irmã do mundo. Chego lá um dia.. Amo com aquele amor que mata e morre.

Sarah e Marina, minhas garotas de todos os dias. Pro engraçado e trágico. Vocês salvaram minha pele e meu coração neste ano. É incrível como laços são capazes de superar qualquer coisa, qualquer tempo. Gil, te amo por me ajudar a enxergar com outros olhos o que tinha desistido de ver. Por ser amigo antes de qualquer coisa e por acreditar em mim. Wellington, talvez você se surpreenda por estar aqui, mas nossos rolês em micro horário de almoço me salvaram muitos dias. Obrigada por tolerar minha correria e cuidar de mim sem saber. rs

Familia

E como não terminar falando de saudade? Aprendi a lidar com a distância, mas a saudade não tem jeito. Ela vai atrás da gente onde quer que seja. Este ano foi assim, marcado por muita ausência de quem eu queria por perto. Mas eles não tem culpa, nem eu, apenas distantes pelas fronteiras. Só de olhar pra essas fotos me acabo em lágrimas, porque tudo que eu queria era que coubessem no meu abraço e que estivesse por perto.

Sarinha, USA crew, Ingrid e Ailton, Rodrigo, Lucas, Felipe ♥, Ben e Karine, Yuri e Clara.

Seria injusto falar de um por um, mas seria mais ainda não citar você, Lucas. Você é o meu presente diário, mesmo. Tão longe e tão perto ao mesmo tempo. Amo você com um amor que eu não sei explicar, que a distância só aumentou. Obrigada pelo cuidado de todos os dias, pelas broncas, pelo ciúmes, pelo amor, por convencer Anna Clara a tomar banho pela webcam, por ser família. Tô chorando de saudade, como em quase todas as nossas conversas pelo skype.

saudade

“Anna, e as coisas ruins?”

Elas ficaram pra trás. Como disse Alex outro dia, o passado nos cega, mas ele não existe. Nem ele, nem o futuro existem, mas o presente sim.

Termino este ano grata a Deus, que olha de cima, de baixo e dos lados. Grata aos céus pela fé renovada, por cada rosto incrível que eu tive a honra de conhecer, pela provisão, saúde e cuidado diário.

2014, leve meus fantasmas e traga meus sorrisos