Nem sei se vocês lêem isso até o final, mas eu adoro relatar o que me acontece…rs
Há algumas semanas tenho comentado na página do blog sobre uma mudança um tanto brusca que estamos fazendo. Os mais próximos já estavam cientes, mas várias pessoas queridas ficaram confusas e resolvi contar melhor essa história.
Engana-se quem pensa que estamos de perna pro ar, comprando o dia inteiro e visitando museus.
Tudo começa com minha mãe, que é uma acadêmica nata e que começou a buscar o doutorado assim que finalizou o mestrado. Ela cogitou a possibilidade de fazer o curso fora do Brasil, mas parecia uma situação muito distante, tendo em vista que nós (mãe, pai e irmãos) somos muito ligados e que essa mudança só poderia acontecer se todos topassem. O país escolhido foi Portugal, pela familiaridade com a língua e pela afinidade com o tema [Educação Especial]. Fomos com calma e testando as etapas: inscrição, envio da proposta, aprovação e, por fim, afastamento do trabalho em função dos estudos. Bom, acontece que deu TUDO certo, num timing perfeito. E agora, José? Era um sonho dela e custaria caro – financeiramente e emocionalmente falando, mas sonhos nascem pra serem realizados, certo? Na minha casa isso é lei.
Em seguida, precisávamos organizar a vida e ver como essa logística seria, afinal, as aulas dela começariam em outubro e eu não poderia largar a faculdade no meio do semestre, nem meu pai abandonar o trabalho. Sobrou pro meu irmão a missão imediata de embarcar.. rs Ele já estava indo pro terceiro semestre de fisioterapia na Universidade de Brasília (UnB), mas o garoto conseguiu a única vaga pra estrangeiro nesse curso no renomado IPP. Mandou bem :)
Sendo assim, meu irmão veio 15 dias antes da minha mãe e foi acolhido por uma família de amigos [gratidão demais, Célio e Silvânia!]. Em seguida, mãe e minha irmãzinha também vieram e ficaram algumas poucas semanas por lá, até encontrarem um apê. Vou gravar um vídeo com minha mãe sobre toda essa parte burocrática de universidade e aluguel, acho que fica melhor de entender. Enfim, eles encontraram um apê bem localizado e mobiliado. Bingo!
Eu e meu pai temos compromissos um pouco menos flexíveis como a minha faculdade e o trabalho dele, então estamos ainda organizando nossas agendas. De forma que nos próximos meses ainda ficaremos na ponte aérea, mas sempre juntos. Eu vim primeiro e fico por dois meses, meu período de férias estudantis, mas continuo trabalhando minhas 8h/dia normalmente – das vantagens do mundo contemporâneo e das redes sociais… rs Papai vem em seguida, pro Natal. A previsão é que a gente fique por pelo menos três anos.
Enfim: sobre a minha viagem e primeiros dias.
Embarquei na última terça~feira (9) e fiz voo direto até Lisboa. Preferi pagar um pouco mais caro e evitar o ping pong em outros países. Sem nenhum problema durante as 10 horas no ar, consegui meu assento no corredor e minha vizinha era uma senhora francesa muito simpática. Fizemos o melhor pouso da vida, onde sequer sentimos a aeronave bater no solo. A senhora arregalou o olho e me disse “in Asia they would clap!” (na Ásia eles aplaudiriam!). A impressão é de que havíamos pousado em algodão, foi demais. Tive que esperar um pouquinho até o próximo embarque, sentei no chão pra carregar o celular e tomei um chá gelado que não me desceu bem [veja aqui como foi]. Por fim, peguei outro voo doméstico até Porto, destino final e cidade em que também moramos agora.
A passagem pela alfândega sempre dá um frio na barriga, pois nunca se sabe quando um oficial vai encrencar com você – como aconteceu com meu irmão em Madri. Mas deu tudo certo, foi rápido, tranquilo e sem muitas perguntas. Eu também estava munida de toda a documentação, como passaporte, passagens de ida e volta e comprovantes de residência no país – é sempreeee bom ter tudo à mão nessas horas ;)
A família me recebeu no aeroporto e depois foi só alegria. Devo confessar que o frio me assustou e vou demorar pra acostumar. No dia seguinte, saímos atrás de roupas de frio pra mim e fomos até o centro do Porto, meu lugar favorito de todos os tempos por aqui – conheci a cidade em 2009 e gostei demais. São muitas lojas legais e preços mais legais ainda, por isso, tem que ter paciência e não pirar o cabeção. Vou reunir essas dicas em um outro post ;) Andamos de metrô, batemos perna e passamos por um grupo de músicos na rua, prática comum. O dia rendeu um videozinho que postei aqui.
Bom, acho que já falei demais né? Torcendo pra que tenham paciência! :P
Deixo três imagens da vista da janela de casa, sempre acho que fica melhor quando temos esse contato visual com o lugar. A primeira mostra a extensão dos trilhos do metrô, que não é subterrâneo e passa embaixo da janela. A segunda é minha favorita: pôr do sol de todo dia. E a terceira foi tirada umas 21h, quando um “nevoeiro” – como eles chamam aqui – baixou na cidade. Frio resume! haha
Isso é quase tudo, pessoal! Quero que essa minha temporada aqui também seja útil pra vocês. Sim, isso mesmo. Se houver alguma dúvida sobre esse processo de mudança, como estudar ou até onde comer e comprar, mandem pra mim. Quero mesmo poder responder!
❤